Agência britânica autoriza o uso do molnupiravir, da Merck, para infectados em estado leve ou moderado com comorbidade
Medicamento está em fase de testes no Brasil |
No comunicado, a agência, que é a primeira no mundo a usar o fármaco, explicou: "O antiviral Lagevrio (molnupiravir) é seguro e eficaz na redução do risco de hospitalização e morte de pessoas com Covid-19 leve a moderada que apresentam risco aumentado de desenvolver doença grave", anunciou o governo britânico.
O medicamento, produzido pela farmacêutica MSD (Merck Sharp & Dohme), é o primeiro antiviral que combate o Sars-CoV-2 de uso oral. O molnupiravir atua na replicação do vírus e impede que ele se multiplique. Dessa forma, os níveis do vírus no corpo se mantêm baixos, reduzindo, portanto, a gravidade da doença.
Estudos apresentados pela Merck mostram que a pílula é mais eficaz se tomada no estágio inicial da infecção. A MHRA indica o uso assim que o paciente apresentar o teste de Covid-19 positivo e dentro de cinco dias do início dos sintomas.
A FDA (agência reguladora dos Estados Unidos) e a EMA (agência de medicamentos europeia) estão em fase de análise do antiviral.
No dia 27 de outubro, a farmacêutica anunciou um acordo com uma organização sem fins lucrativos para permitir a produção do molnupiravir por outros laboratórios sem a cobrança de royalties, valores pagos pelas patentes dos produtos, até que a pandemia seja controlada no mundo.
A negociação permitirá que 105 países de baixa e média renda que fazem parte da ONG apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) tenham acesso ao antiviral com custos mais baixos. Além de evitar que apenas países ricos consigam comprar o fármaco e monopolizem seu uso. Situação similar à vivenciada com as compras das vacinas contra a Covid-19.
Molnupiravir no Brasil
No Brasil, a Fiocruz faz parte de estudos de fase três, que acontecem desde o começo de outubro, simultaneamente, em sete centros no Brasil. A fundação e o laboratório negociam para que o molnupiravir seja produzido aqui. Caso o acordo seja bem-sucedido, a ideia é fabricá-lo na Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.
Para que seja produzido e distribuído no Brasil, o medicamento precisa, inicialmente, do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no país. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) também precisa avaliar se o produto será incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: correiodopovo.com.br
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