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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Implante cerebral restaura visão, ainda que de forma rudimentar

Cientistas holandeses desenvolveram implantes cerebrais que podem restaurar a visão de pessoas cegas numa resolução maior do que os equipamentos utilizados atualmente. O dispositivo neuroprotético pode permitir que pessoas com cegueira profunda reconheçam objetos e andem por ambientes desconhecidos.


A ideia de estimular o cérebro por meio de um implante vem sendo desenvolvida desde a década de 1970, mas os sistemas existentes geram apenas um pequeno número de ‘pixels’ de cada vez. Os pesquisadores do Instituto Holandês de Neurociência, porém, criaram implantes contendo 1.024 eletrodos e os apresentaram em um estudo publicado na Science.

Esses componentes transportam correntes elétricas para dentro e para fora do cérebro. Implantados no córtex visual, a parte do cérebro que processa a informação visual, eles criaram pontos de luz que podiam ser “vistos” ou percebidos pelo cérebro de dois macacos que serviram de cobaias.

De acordo com Pieter Roelfsema, que lidera a equipe de cientistas, o implante pode induzir a “visão de objetos” por meio da estimulação elétrica direta do cérebro. “Se você estimular com um eletrodo, obterá um ponto de luz. Se estimular com um padrão de eletrodos, poderá criar um padrão desses pontos e, a partir desses padrões, reproduzir imagens”, explica o cientista à CNN.

Usando essa visão artificial, os macacos foram capazes de reconhecer formas como linhas, pontos e letras em movimento. “Você pode trabalhar com isso como um painel eletrônico de mensagens como os que são colocados nas rodovias. Se você estimular, ou acender, vários pontos, o padrão cria uma imagem legível”, completa Roelfsema.

A ideia é que as pessoas possam utilizar óculos com uma câmera acoplada que traduziria as imagens em padrões de estimulação elétrica para o cérebro. “Os eletrodos então ativariam as células cerebrais e a pessoa seria capaz de ver talvez um carro que está passando, ou uma pessoa que está caminhando na calçada”, conta o pesquisador, que espera testar o equipamento em humanos até 2023.
Fonte: http://sonoticiasboas.com.br/

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